Discurso proferido na Câmara dos Deputados em 31 de outubro de 2017.

Sr. Presidente, líderes aqui presentes, pastores, pastoras, meus cumprimentos a todos.

Serei muito breve, será um breve registro. Tudo o que deveria ser dito sobre a importância da reforma para o mundo atual já foi dito pelos oradores que me antecederam.

Eu queria analisá-la apenas por um viés. Quando Teodósio I, no fim do século IV, transformou o cristianismo em religião oficial do império romano, ele deu oportunidade para que o cristianismo à época assumisse uma capilaridade absoluta em todo o império romano.

Depois, entendendo que a Igreja havia optado por uma espécie de mercantilismo religioso, Lutero proclamou o verdadeiro Evangelho das origens e a justificação pela fé. Com isso, um novo tempo começou. Foi seguido por Calvino, que deu um sentido psicossocial à própria reforma. E chegamos aos nossos dias, Sr. Presidente, Srs. Líderes aqui presentes, com aquilo que hoje é chamado de onda conservadora por aqueles que querem desconstruir os fundamentos histórico-culturais da nossa história judaico-cristã.

Eu quero dizer que essa onda conservadora é real, e essa onda conservadora vai varrer sim todas aquelas ideologias que venham a se contrapor aos fundamentos judaico-cristãos da nossa cultura, aos nossos fundamentos éticos e morais. Não será a ideologia de gênero, não será o casamento entre pessoas de mesmo sexo, não será o aborto, não serão essas tentativas que vão desconstruir os nossos valores. Nós vamos reconstruir no Brasil a grande onda conservadora, para nós nos contrapormos a essa nova ordem mundial que começa a se instalar, desestruturando toda a nossa cultura, toda a nossa formação histórico-cultural.

Esta é a maior reverência que prestamos a Lutero, entendendo-o dessa forma.