Donadon mostra marca das algemas para colegas parlamentares no plenário da câmara (Foto: Pedro Ladeira)

Condenado pela mais alta corte do país, o Supremo Tribunal Federal (STF), a mais de 13
anos de prisão pelo desvio de R$ 8,4 milhões da Assembleia Legislativa de Rondônia,
expulso do seu partido, o PMDB, e preso desde o dia 28 de junho. Nem mesmo estes
indícios fizeram com que a Câmara dos Deputados aprovasse a cassação do mandato do
deputado Natan Donadon na noite da última quarta-feira, 28.

“Isso é uma vergonha. O Congresso Nacional não tem mais respeito próprio perante a
nação. A que ponto chegamos”, protestou o deputado federal Arolde de Oliveira, do PSD.
“Por isso que temos que definir logo o voto aberto para cassações de mandatos”,
defendeu o parlamentar que instalou a comissão especial que vai  analisar a matéria e é membro da mesma.

Na votação, que ainda é secreta, o plenário da Câmara registrou apenas 233 votos pela
cassação (24 a menos do que o mínimo necessário), contra 131 pela absolvição e 41
abstenções. A ausência de 108 deputados no dia que tradicionalmente há o maior quórum
na Câmara também beneficiou Donadon.

O resultado representa uma afronta ao STF e um prenúncio da resistência que a Casa
deverá ter em cassar o mandato dos quatro deputados condenados no processo do
mensalão. Apesar disso, o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN),
determinou o afastamento de Donadon, pelo fato de ele estar preso, e a convocação
do suplente, o ex-ministro Amir Lando (PMDB-RO), para assumir o mandato.

(Folha Online/Redação)